«a Igreja Romana, isto é, o povo e o clero romano, não pode assim errar por um erro pessoal, de tal forma que todos iriam errar e não haveria fiéis na igreja romana aderindo ao Papa. Mesmo que os indivíduos possam errar por conta própria, ainda assim não pode acontecer que todos errem enquanto um corpo e a Igreja Romana como um todo torne-se apóstata.» (São Roberto Belarmino - De Controversiis, tomus II [sobre o Romano Pontífice], capítulo IV)
«Se todos os bispos estivessem errados, toda a Igreja estaria errada, mas o povo é obrigado a seguir seus pastores, como Jesus diz em Lucas 10,16: “Quem te ouve, a mim ouve” e Mateus 23,3: “Faça o que eles disserem”» (São Roberto Belarmino — Controversiarum de conciliis Liber tertius qui est de Ecclesiam non posse errare, in Opera omnia)
São Roberto Belarmino ainda deixa completamente claro o que ele quer dizer por indefectibilidade:
«Quando afirmamos que a Igreja não pode equivocar-se, o entendemos tanto do conjunto dos fiéis como do conjunto dos bispos, de modo que o sentido desta proposição "a Igreja não pode se equivocar" é a seguinte: o que todos os fiéis têm como de fide é necessariamente verdadeiro e de fé; e do mesmo modo, o que todos os bispos ensinam como pertencente à fé, necessariamente é verdadeiro e de fé.» (São Roberto Belarmino - De Ecclesia Militante; lib. III, cap. 14)
Também podemos levar em conta aqui a autoridade do Cardeal Billot, defensor da tese de São Roberto Belarmino:
«Pois é imediatamente tirado da promessa e providência infalível de Cristo: As portas do inferno não prevalecerão contra ela. Pois se a Igreja se apegasse a um falso Pontífice seria o mesmo que se apegar a um falso governo, já que o papa é a regra pela força, que a Igreja deve seguir acreditando e respeitando sempre.
[...]
mas [Deus] não pode permitir que toda a Igreja admita aquele que não é verdadeiro Pontífice como se fosse legítimo. Desde que ele foi aceito e vinculado à Igreja como chefe do corpo, não se questionando mais sobre o possível vício de eleição ou a falta de qualquer condição necessária de legitimidade, porque a referida adesão da Igreja cura radicalmente todo vício de eleição, e mostra infalivelmente a existência de todas as condições exigidas.
[...]
a saber, que na época em que Savonarola escrevia suas cartas aos príncipes, todo o cristianismo aderiu a Alexandre e o obedeceu como se fosse o verdadeiro pontífice. Portanto, por esse mesmo fato, Alexandre não era um falso sumo sacerdote, mas um portador da lei. Portanto, ele não era um herege» (Cardeal Billot — Tractatus de Ecclesia Christi, páginas 219-220)
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