A Igreja pode ser tirânica no seu governo?

Aqui se tratava da parte da "potestas regendi", mostrando que esta nunca será tirânica ou servirá para destruição da Igreja.

"Objicitur hanc absolutam potestatem esse tyrannicam, cum absolute independens sit. Sed oblivioni ne detur potestatem Romani Pontificis esse supernaturalem et sub assistentia Sancti Spitirus exerceri: Deus ergo nunquam sinet potestatem ad aedificationem concessam, ad destructionem Ecclesia vergere. Aliude canones et leges, quamque non possideant erga Pontificem vin coactivam, habent tamen vim directivam a qua sapienter abstrahere non solet. Tandem, si consideras prudentiam Sedis Romanae, modum electionis pontificae, necnon frequentem recursum ad Episcopos, theologos, S. Congregationes, merito inferes etiam humane louendo moraliter impossible esse hanc Romani Pontificis potestatem tyrannico modo exerceri."

Objeta-se que este poder absoluto é tirânico, uma vez que é absolutamente independente. Mas não se esqueça que o poder do Romano Pontífice é sobrenatural e que é exercido sob a assistência do Espirito Santo: portanto, Deus nunca permitirá que o poder concedido para a edificação, conduza a Igreja para a destruição. Por outro lado, os cânones e as leis, embora não possuam poder coercivo para com o Pontífice, têm, no entanto, uma força directiva da qual não é prudente retirar-se. Finalmente, se considerarmos a prudência da Sé Romana, o método de eleição pontifícia, bem como o recurso frequente a bispos, teólogos e congregações sagradas, concluiremos com razão que é moralmente impossível, mesmo por louvor humano, que este poder do Romano Pontífice seja exercido de maneira tirânica." 

(Tanquerey, Synopsis theologiae dogmaticae, I, ano 1927, p.579)

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